
Cerca de 30 travestís paraibanas podem ser vítimas do tráfico de
humanos para a Itália. A estimativa é do procurador chefe do Ministério
Público do Trabalho na Paraíba, Eduardo Varandas. O Governo Federal vai
investigar a existência de quadrilhas agenciadoras no Estado e em outras
localidades do Nordeste. Por isso, embarcaram ontem para Roma
funcionários dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores e das
secretarias de Mulheres e Direitos Humanos. Eles participarão de
reuniões com autoridades italianas para tratar do assunto.
O
tráfico de humanos também está associado ao de drogas, a condições de
exploração sexual e escravidão. Previmos que haja cerca de 20 a 30
travestís paraibanas estão nessa situação. São pessoas que têm seu
passaporte capturado, trabalham até por 12 horas seguidas em
‘programas’, dormem em quartos com 20 pessoas, têm obrigação de ter uma
média de produtividade mínima de 800 Euros, e quando não atingem esse
valor, são impedidas de voltar pra casa e chegam a sofrer castigos
corporais”, salientou Eduardo Varandas.
A missão diplomática do
Governo Federal surgiu através de denúncias e pedido de intervenção
através do procurador chefe do Ministério Público do Trabalho na
Paraíba, Eduardo Varandas, Polícia Federal e Ministério Público Federal.
Ele se reuniu em dezembro do ano passado no Itamaraty, em Brasília
(DF), com a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no
Exterior, a ministra Luiza Lopes da Silva. Uma quadrilha que agia com
tráfico de mulheres na Espanha já foi desarticulada.
Pessoas aprisionadas
De
acordo com Eduardo Varandas, as travestis acabam sendo escravas de um
ciclo vicioso, em que 80% do que conseguem com seu trabalho é repassado
para o explorador e 20%, serve para pagar dívidas e despesas. “São
escravas de um ciclo vicioso que não acaba fácil. O tráfico parte da
premissa do engano, 80% delas vão enganadas e pensam que ganharão mais,
ou terão melhores condições de vida.
Essas pessoas acabam também
sendo obrigadas a transar sem camisinha, a consumir drogas ou a
traficar entorpecentes também”, acrescentou. É muito comum elas
envelhecerem e começarem a traficar drogas. Uma boa parte delas começa a
aliciar menores pobres no Brasil a serem vitimas desse ciclo de
miséria. Transforma vitimas em vilões num sistema de corrupção
generalizado”, destacou Eduardo Varandas.
Correio da Paraíba

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