O jardineiro João Batista Caetano Alves, de 29 anos, que segundo a
polícia cometeu um dos crimes mais bárbaros da história recente do Rio Grande do Norte, os assassinatos de Olga Cruz de Oliveira Lima, de 61 anos, e da filha
dela, Tatiana Cristina Cruz de Oliveira, de 36 – ocorrido no dia 7 de
maio do ano passado, em Nova Parnamirim, na Grande Natal – não vai a
júri popular.
Ao invés de ser julgado por um grupo de cidadãos, o
julgamento será feito por um juiz monocrático, quando apenas o
magistrado, de forma singular, decide pela culpabilidade ou não do réu. A
Justiça ainda não definiu a data para o julgamento do casal. A
informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Norte.
Ainda de acordo com a assessoria do TJ, a 1ª Vara Criminal de
Parnamirim acatou denúncia do Ministério Público, mas indiciou o
jardineiro por latrocínio (roubo seguido de morte), e não pelo crime de
homicídio. Além de João Batista, a mulher dele, Marlene Eugênio Gomes,
também foi indiciada por latrocínio.
O casal foi preso uma semana após o crime com o carro e vários objetos
roubados da residência das vítimas. Os dois, inclusive, chegaram a bater
fotos com uma câmera que pertencia a Tatiana. Nas imagens, reveladas
pela polícia, João aparece empunhando uma arma. Ele também responde por
posse ilegal de arma de fogo. Em depoimentos, ele e Marlene confessaram
que mataram as mulheres.
De acordo com o advogado criminalista Marcus Alânio, só vão à júri
popular casos em que o crime é considerado doloso à vida, tentados ou
consumados. “São os casos de homicídios dolosos, infanticídios,
participação em suicídios e abortos”, explicou.
O latrocínio é
considerado pelo Código Penal Brasileiro como um crime contra o
patrimônio, e não contra a vida. A morte, nestes casos, é uma
consequência do roubo. Entende-se que o criminoso teve a intenção
primeira de roubar, não de matar”, acrescentou Alânio.
João Batista encontra-se detido no Complexo Penal João Chaves, na zona Norte de Natal. A mulher dele, Marlene Gomes, está presa na ala feminina da mesma unidade.
Entenda o caso
No dia 7 de maio de 2012, policiais militares encontraram, dentro de
uma casa no bairro Nova Parnamirim, na Grande Natal, os corpos de Olga
Cruz de Oliveira Lima, de 61 anos, e da filha dela, Tatiana Cristina
Cruz de Oliveira, de 36. Olga, segundo laudos do Itep, sofreu mais de 50
facadas. No corpo de Tatiana, que estava amarrado a uma cadeira, foram
mais de 10 perfurações. Um dos dedos da mão esquerda quase foi decepado.
A polícia chegou ao local depois que a filha de Tatiana, uma criança de
10 anos, foi encontrada por vizinho perambulando pela rua. Ela estava
desnorteada e apresentava marcas de esganadura no pescoço. Vizinho
levaram a criança para o hospital e tentaram contato com a mãe. Na casa,
ninguém atendeu aos chamados. No dia seguinte, ainda sem contato com
Tatiana ou a avó da menina, a polícia foi chamada e entrou na casa, onde
os corpos foram achados.
João Batista e a mulher foram presos numa casa em São Gonçalo do Amarante, uma semana depois do crime. Com eles estava o carro de Olga, que foi
levado juntamente com vários objetos da casa. O casal também usou
cartões de crédito de Olga e Tatiana para sacar dinheiro em um
supermercado da capital potiguar. Imagens do circuito interno flagraram o
momento em que eles tiraram dinheiro.
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