O apagão da última quarta-feira, que deixou sem energia os nove estados
nordestinos durante cinco horas, resultou em prejuízos de R$ 385
milhões, segundo estimativas de técnicos do governo. Uma das principais
preocupações dos especialistas é que esse tipo de blecaute, que deveria
ficar restrito a pequenas áreas, ou no máximo a um estado, tem se
propagado por grandes regiões. Na avaliação desses técnicos, houve falha
na coordenação do sistema, de responsabilidade do Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS).
As linhas de transmissão que foram desligadas não são as mais
importantes da região, mas a falha na coordenação teria feito com que a
falta de energia se propagasse por todos os estados nordestinos. A fonte
lembrou que este tipo de ocorrência vem se repetindo ao longo dos
últimos anos, com problemas de pequena importância causando grandes
apagões. Procurado, o ONS não quis se manifestar.
Um dos primeiros
eventos deste tipo foi em 2009, quando na noite de 10 de novembro
faltou energia em 18 estados do Sudeste e do Centro-Oeste por mais de
cinco horas. O ONS foi responsabilizado por falha na operação — que
aumentou a demora para que o sistema fosse religado — e multado em R$
1,1 milhão pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Criado
em 1998, o ONS tem a responsabilidade de coordenar, controlar e
monitorar o setor de geração e transmissão das empresas públicas e
privadas do país. Participam da gestão do Operador representantes do
Ministério de Minas e Energia, das empresas (geradores e transmissores),
dos conselho dos consumidores e dos comercializadores.
O trabalho
do ONS é fundamental porque o sistema nacional é interligado, o que
traz vantagens e desvantagens. Quando sobra energia no Sul, por exemplo,
cabe ao Operador decidir se ela pode ser enviada para outra região onde
esteja faltando. Além disso, também é do ONS a responsabilidade de
acompanhar, durante 24 horas por dia, se os equipamentos — usinas,
linhas de transmissão, subestações — de todo o país estão funcionando.
Reservatórios com nível baixo no Nordeste
É
o Operador Nacional do Sistema que precisa verificar se as usinas estão
gerando energia suficiente para atender ao consumo e se determinada
linha de transmissão está enviando energia a uma subestação e a uma
cidade. O ONS também deve propor ao governo as ampliações de instalações
das redes de energia e os reforços das redes de transmissão.
Outra
obrigação do Operador, prevista em decreto presidencial, é a “divulgação
dos indicadores de desempenho dos despachos (controle da operação de
energia elétrica no Brasil) realizados, a serem auditados semestralmente
pela Aneel”.
A situação no Nordeste este ano, além do apagão,
segundo o especialista, ainda é mais preocupante porque o nível dos
reservatórios das usinas hidrelétricas está muito baixo, registrando
37,41% no último dia 28, em consequência da grande seca na região. Outro
problema é que o governo decidiu desligar as usinas termelétricas por
causa dos custos, que estavam muito elevados.
globo.com
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