Família de Manoel Cornélio sobrevive apenas com a ajuda de programas assistenciais na zona rural de Elesbão Veloso
Por onde se anda na cidade de Elesbão Veloso, no centro-sul do Piauí, as plantas estão verdes, os riachos e açudes
começam a acumular alguma água e as terras estão aradas. A paisagem, no
entanto, esconde o drama da cidade que decretou situação de emergência
devido à seca quatro vezes apenas em 2013 – um recorde no ano. Além
dela, outras dez cidades do estado e duas da Bahia também tiveram
reconhecidos quatro decretos.
A chuva que caiu no município nesses primeiros dias de 2014 não foi
suficiente para diminuir os efeitos da estiagem. Os animais seguem
magros, as roças, que já deviam ter sido semeadas, estão à espera de um
volume mais significativo de chuva e uma parte da população continua a
depender do carro-pipa como única fonte de água para consumo. "É a seca
verde", diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da
Cidade, Cícero de Oliveira.
“O ano de 2013 foi praticamente de perda total para a agricultura
familiar. Perdemos 90% do arroz, 85% milho e quase todo o feijão. Faltou
água para os animais beberem, não tem pasto e as pessoas estavam
vendendo suas criações por não ter como mantê-las vivas”, afirma.
Segundo o prefeito Ronaldo Barbosa, a última chuva, de domingo (19), não teve nem 5 milímetros.
A cidade é o retrato do estado: dos 224 municípios piauienses, apenas
12 não entraram em emergência. Elesbão Veloso está situada a 160 km de
Teresina. A cidade, de 14.496 habitantes, possui uma economia baseada
principalmente na atividade agropecuária, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Nenhum comentário:
Postar um comentário