redirecionamento

Publicidade

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Farmacêutica do SESP questiona: “Quantos metros quadrados vale um rim, um braço ou dois litros de sangue?”

 

Em desabafo na manhã desta segunda-feira, 23 de Fevereiro, em seu perfil no Facebook, a farmacêutica Vanessa Kelly escreveu um depoimento sobre o impasse entre SESP e Clube Corintians de Caicó. A sua opinião mobilizou inúmeros compartilhamentos, comentários e curtidas na rede social. Leia, na íntegra, a seguir:

“Me chamo Vanessa Kelly Alves da Silva, caicoense, farmacêutica, funcionária pública e humana, no sentido mais condizente da palavra. Essas duas “características” citadas por último são o que me levam a escrever essas poucas linhas e expressar, através delas, minha revolta e desconforto.

Sou funcionária do Estado do Rio Grande do Norte, lotada na Unidade Hospitalar Regional do Seridó (Hospital do SESP) desde 2009. No decorrer desses anos, passamos por mudança de gestão, momento em que o Hospital deixou de ser gerido pela Associação dos Municípios do Seridó e foi entregue ao Governo do Estado. 

No lugar da situação melhorar, do meu ponto de vista, só veio a piorar. Chegando ao ponto de perdermos inúmeros profissionais competentíssimos que, de uma maneira geral, pediram exoneração por priorizar sua saúde mental. Digo isso com propriedade, visto que o tormento e angústia tomam conta de todos que fazem parte do quadro de funcionários (pelo menos, os “humanos”).

Temos que conviver diariamente com as faltas de insumos básicos e de estrutura adequada que se generaliza por todos os setores da unidade. Isso, se fosse em qualquer outro ambiente de trabalho, seria considerado bastante incomodo, imagine se tratando de um Hospital… Imagine levarmos em conta “vidas”! E ainda temos que escutar o velho ditado: “morreu porque chegou o dia”. Não consigo me conformar com essa ignorância… Morreu por falta de assistência (aqui não falo do profissional, muitas vezes, esse também são vítimas). 

A população precisa se manifestar. Infelizmente, a situação “Saúde” em Caicó é bastante precária. Seja pobre ou rico, branco ou preto, católico ou ateu… Todos nós estamos sujeitos aos serviços do Regional. E no meio desse triste contexto, estamos na iminência de perdermos R$ 5 milhões do Banco Mundial.

Parece piada de mal gosto, mas é a pura verdade. Temos um prazo muito curto para definitivamente regularizarmos a questão do terreno no qual o hospital foi construído e que pertence ao Clube Corintians de Caicó. Se isso não acontecer, só vai nos restar lamentar. Neste caso não será pelo “leite derramado” e sim pelas “vidas perdidas”.

Aos dirigentes e sócios do clube pergunto: Por quanto podemos mensurar a vida de um familiar ou amigo seu? E em terra, quantos metros quadrados vale um rim, um braço ou dois litros de sangue? Para mim, é algo imensurável!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário