Um
churrasco entre amigos, com direito a foto com pilhas de cerveja e
carne na churrasqueira. A cena seria comum, não fosse o endereço: a
festa foi na Penitenciária Lemos Brito, em Salvador, uma das cinco
piores de todo o Brasil. Em outra imagem, um preso posa com uma esteira e
uma bicicleta ergométrica, privilégios dos “frentes” ou chefes dos
pavilhões. Algumas celas têm liquidificador e ventiladores.
As fotos, encontradas por agentes penitenciários em celulares
apreendidos em 2014, expõem como os chefes gozam de regalias impensáveis
em outras unidades do país e mesmo entre os 1.315 homens que cumprem
pena na Lemos Brito, unidade superlotada onde caberiam 771. Ilegal, a
prostituição na unidade ocorre após negociação entre os próprios presos,
segundo Reivon Sousa Pimentel, presidente do Sinspeb (sindicato dos
agentes penitenciários da Bahia).

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