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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

RN registra crescimento em casos de AIDS


TRIBUNA DO NORTE - (Ricardo Araújo) - Passadas mais de três décadas desde a confirmação dos primeiros casos de Aids no Rio Grande do Norte, o número de infectados não parou de crescer. Somente em Natal, entre os anos de 2012 e 2014, as notificações de novos casos subiu 141,2%. Os jovens na faixa etária dos 20 aos 34 anos apresentaram o maior índice de infecção confirmada no período – 136,7%. Apesar de não ter cura, mas um amplo tratamento que controla a multiplicação do vírus no organismo e o reduz a índices quase indetectáveis, a doença, segundo especialistas, não assusta mais. No Hospital Giselda Trigueiro, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas em Natal, mais da metade das internações, porém, são ligadas às doenças oportunistas que acometem os portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que devasta o sistema de defesa do organismo.

“O número de casos de Aids hoje é assustador”, atestou o infectologista Antônio Araújo, que há 32 anos acompanha pacientes infectados pelo vírus e também os que desenvolveram a patologia. Por dia, ele chega a atender 40 pacientes no hospital de referência, além dos que o procuram em seu consultório particular e na Rede Municipal de Saúde. Somente na semana passada, ele relembrou que iniciou o tratamento de seis novos pacientes, cuja detecção do vírus ocorreu há poucos dias. “Há um aumento muito grande de casos entre os jovens. São jovens, meninos e meninas, adolescentes, que não viveram na década de 1980/1990, não viram o passado. Hoje, com o tratamento, e com a caracterização da Aids como uma doença crônica, perderam o medo de contrair”, lamentou o especialista.

Para ele, as discussões em torno da Aids foram perdendo espaço na mídia e nas próprias ações do Governo Federal, Estadual e Municipal. Isto porque, o número de campanhas de conscientização dos riscos da contaminação reduziram consideravelmente com o passar dos anos, sem que o número de infectados também diminuísse. “A vida sexual dos adolescentes começa cada vez mais cedo. Os idosos descobriram medicamentos para a correção da disfunção erétil e conseguem manter uma vida sexual ativa, mas sem o uso de preservativos. Isso contribui para o aumento de casos”, frisou Antônio Araújo.

De acordo com a coordenadora do Programa DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Emilly Medeiros, a epidemia em Natal está concentrada em grupos específicos, com maior incidência em gays, profissionais do sexo e travestis. Dos 1.116 casos notificados entre 2007 e 2014, os homens se destacam em 74% deles. “Os homens ainda resistem muito ao uso de preservativos”, destacou Emilly Medeiros. Os casos entre as mulheres natalenses aumentou vertiginosamente – 411,7 entre os anos de 2012 e 2014. Os motivos listados pela SMS para essa ocorrência são: o aumento de parceiros ao longo da vida, elevação do número de relações sexuais e, também, as notificações das infecções. A partir de 2013, com o advento do teste-rápido, ocorreu uma considerada evolução no percentual de diagnósticos de novos soropositivos na capital potiguar.


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