Um Garrincha em miniatura, de sete centímetros, encontra moradia na
palma da mão de Elza Soares. Os óculos não são suficientemente escuros
para esconder: o olhar dela é roubado pelo bonequinho. Ela fala com a
imagem como se ali estivesse o próprio Mané, morto há quase três
décadas.
Querido... Você precisa me ajudar. Só eu posso te defender por aqui. A cena tem um misto de beleza e tristeza. Faz sentido: toda a história de Elza Soares com Garrincha foi justamente um misto de beleza e tristeza. O conto de fadas encontrou seu choque de realidade. A cantora não foi sempre princesa; o craque teve seus momentos de sapo.
A união
dos dois resultou em um caso raro, para o bem e para o mal. E iniciado
há exatos 50 anos, enquanto o Mané deixava adversários mais tortos do
que suas próprias pernas para carregar o Brasil rumo ao bicampeonato
mundial - trajetória que começou em 30 de maio de 1962, com vitória de 2
a 0 sobre o México em Viña del Mar.
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