Em Natal
para palestrar sobre a situação do varejo nacional, o ex-ministro da Fazenda e
da Integração Nacional, Ciro Gomes mostrou ser um político diferente. É Governo
(Federal), mas não poupou a gestão federal de críticas na economia e na forma
de fazer política. Cobrou mais espaço para o PSB e o afastamento do PMDB.
Com
relação a política potiguar, Gomes também defendeu candidatura própria do PSB
ao Governo e afirmou que a correligionária Wilma de Faria, ex-governadora, é um
“grande nome”, mas a decisão sobre quem será o candidato do partido, ele prefere
não comentar.
Veja o
que Ciro Gomes falou sobre política na segunda parte da entrevista feita pelo
portalnoar.com:
O senhor
confirma o movimento para tornar Eduardo Campos vice da presidente Dilma
Rousseff?
Isso é um
movimento de algumas pessoas, entre elas o meu irmão, governador do Ceará (Cid
Gomes), advogam que nos que estamos dentro do governo, porque há uma
incoerência básica se nós estamos dentro do Governo e amanhã, na véspera da
eleição, vai sair dizendo que é candidato contra? E como Eduardo é um quadro de
grande relevância para nos e é muito jovem, seria uma conciliação. Para o
Brasil seria um ganho extraordinário. Para mim seria ótima.
O que não dá é a
Dilma sinalizar para o futuro com esse quadro que está aí. Não é impossível.
Irmão, não é brinquedo não. Michel Temer, Renan Calheiros, Henrique Alves e
Eduardo Cunha… Só escapa se o anjo da guarda de Dilma for… Eu troco o meu pelo
dela e aceito que o dela trabalhe para mim só sábado de manhã. Não escapa Dilma
de jeito nenhum.
Então
qual seria a melhor saída? Eduardo Campos candidato ou vice de Dilma?
Nós vamos
amadurecer isso com muita calma, muita delicadeza. Eu estou anunciando aqui o
que o governador do Ceará, que tem uma ascendência política muito grande sobre
mim, o que ele imagina. Embora eu, teoricamente, seja sempre a favor de
candidatura própria e o partido não quis lançar candidatura própria quando Lula
encerrou um ciclo e era uma aposta perigosa inclusive, porque ninguém sabia se
num debate ela escorregava, porque nunca tinha sido candidata a nada. Graças a
Deus deu tudo certo, mas ela ainda paga pela inexperiência.
Essa reação à
crise, por exemplo. Foi inacreditável a série de patuscada que o Palácio do
Planalto produziu. Anunciar uma constituinte exclusiva, para depois se desvencilhar
com menos de 24 horas e depois pedir um plebiscito que nem a base dela
concorda… Enfim, um desastre. A questão da interiorização da medicina, é
importante e o brasileiro precisa, mas do jeito que foi feito, sem conversar
com ninguém, pôs em pé de guerra toda a corporação, que é uma corporação
terrível sobre certos aspectos, mas nesses casos eles têm razão. Enfim, o
conjunto de auxiliares da Dilma é de matar de vergonha.
Sendo o
senhor favorável a candidatura própria, aqui no Estado o PSB deve ter candidato
próprio?
Ah, eu
sempre acho que sim. Mas o partido vai dizer que vai ser o candidato. Não posso
chegar aqui do vizinho, Ceará, e dar palpite no Rio Grande, que a gente admira
muito. O partido já governou aqui e tem todas as razões para voltar a governar.
Wilma de
Fária foi elogiada pelo ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes A Wilma é
uma figura extraordinária. Tem tanto talento, tanta qualificação, quanto
serviços prestados e tanta juventude ainda. Ela é nossa companheira. Damos a
ela um imenso valor.
Com
relação à política nacional, como o senhor analisa a discussão em torno do novo
pacto federativo, para dar mais dinheiro aos estados e municípios?
Tirando
da onde? Esse é o problema. Eu sou a favor que Brasil celebre um projeto
nacional de desenvolvimento. Eu ando dedicado em favor disso da minha
participação desse debate há 20 anos. Então não adianta o Brasil ficar nesse
debate segmentário. Você tem a sociedade jovem brasileira, classe média,
enjoado que estamos do jeito de fazer política. Safadeza, corrupção… Isso tudo
é um insulto à sociedade brasileira.
Então as maiorias começaram a achar que
podem fazer o que bem quiser e entender. E sabe onde está aterrissando tudo
isso? Na minha querida amiga Marina Silva, o que é absolutamente inacreditável.
Se você quer afundar um país, você imagina Marina presidente, porque ela
representa um moralismo difuso. Quem acha que a Dilma é corrupta? Ela é seria,
mas e daí? A Marina vai oferecer para a sociedade a falsa promessa de que se
for para lá a corrupção acaba. É mentira isso. Não acaba. Se ela estiver
oferecendo isso ou ela está enganada ou mentindo? Eu acho que ela está
enganada, o que é pior. O céu não é perto. Ou a gente debate as coisas ou vamos
continuar nos enganando.
O que o
senhor acha do orçamento impositivo?
De
emenda? Um desastre. É a institucionalização da picaretagem. Pura e simples,
salvo alguma exceção que eu não conheço.
Portal no Ar



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